O táxi como negócio - Taxista Empreendedor

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Taxistas protestam em Viseu contra decisão da ARS Centro sobre fim do transporte de doentes para hemodiálise

Mais de quatro dezenas de taxistas concentraram-se hoje, em Viseu, para protestar contra a alegada decisão da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, de acabar com o serviço de transporte de doentes para hemodiálise, por estes profissionais.
A decisão, segundo José Lopes da Fonseca, taxista de Águas Boas, Sátão, "tem efeito a partir de 01 de novembro, passando o transporte de doentes a ser realizado em exclusivo pelos bombeiros", conforme "informação que chegou da ARS Centro".
Os taxistas alegam que foram informados desta medida nos últimos dias.
À Lusa, a propósito da manifestação dos taxistas em Viseu, à porta do centro de hemodiálise, a ARS Centro, através das relações públicas, informou que "o transporte programado de doentes não urgentes se processa no âmbito do Sistema de Gestão de Transportes de Doentes (SGTD)".
E ainda que, "desde janeiro de 2011, a realização de transporte programado de doentes, requerida por entidades requisitantes pertencentes à ARS Centro está condicionada à adesão ao SGTD, tendo a ARS Centro celebrado protocolos com os bombeiros para a realização de formação para operaram nessa plataforma".
Estes profissionais afirmam que foram apenas informados telefonicamente de que vão deixar de receber serviços pela ARS, e alertam que "esta situação é errada porque os bombeiros cobram mais oito cêntimos (53) que os taxistas (45 cêntimos), por quilómetro, e têm de percorrer uma distância muito superior, porque se trata de doentes que vivem nas aldeias e é preciso contabilizar a deslocação das suas viaturas a partir das sedes de concelho".
As queixas dos profissionais de táxi do distrito, que contou com representantes dos 23 concelhos, à exceção de Viseu, vão mais longe, ao apontar a decisão da ARS Centro como "um golpe em dezenas de pessoas que estão condenadas ao desemprego, com esta medida".
Paulino Loureiro, de Lamego, que diz ter comprado três viaturas para este tipo de serviço, no qual tem dois funcionários a tempo inteiro, admite que, "além de ter de despedir duas pessoas", ainda vai ter "enormes dificuldades em cumprir os compromissos com a banca".
António Pereira, de Vouzela, criticando a "ausência de uma posição por parte das associações profissionais, a Antral e Federação Portuguesa Taxista sobre esta questão", lembra que os taxistas "prestam um serviço de proximidade, sendo muitas vezes vizinhos dos doentes, e muito mais cómodo".
"Com esta decisão, a ARS está a destruir mais de 80 por cento dos profissionais do táxi nas aldeias do distrito de Viseu, pelo menos", garantiu Paulino Loureiro, sendo corroborado pelos colegas presentes.

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