O táxi como negócio - Taxista Empreendedor

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Aumento nos transportes: As reacções

As críticas vêm de todos os lados. Utentes queixam-se da subida do custo de vida; empresas dizem que 1,2% de aumento é pouco.
As empresas de transportes colectivos consideram, por seu lado, que o aumento de preços é insuficiente.

Cabaço Martins, presidente da Associação Nacional de Transportadores Pesados de Passageiros (ANTROP), diz que a subida de 1,2% se limita a cobrir o aumento do IVA, não compensando os custos dos combustíveis e de outros factores de produção.
Operadores privados de transportes precisam ser compensados - ANTROP

“O aumento que nós julgávamos adequado e oportuno seria na ordem dos 3% ou 4%”, refere, justificando: “Este aumento nem sequer será líquido para os operadores”.


Cabaço Martins sugere, por outro lado, a adopção de outras compensações para as empresas transportadoras, pelo serviço que prestam. E avança sugestões: “Por exemplo, os proveitos relacionados com o estacionamento urbano; taxas de entrada nas cidades; contribuições através de taxas de transportes dos grandes empregadores, como os hipermercados, e geradores de trânsito como os centros comerciais; todo o sector imobiliário, que beneficia imenso com o desenvolvimento do sistema de transportes e que não contribui para ele. Todo um conjunto de soluções que devem ser encontradas para que tenhamos empresas saudáveis e com um bom sistema de transportes públicos”.

Associação Nacional dos Transportadores em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), diz, por seu lado que a subida agora definida pelo Governo não dá para cobrir o aumento do IVA. O sector dos Táxis aguarda agora por uma reunião com a tutela para debater eventuais aumentos no sector.

Os utentes mostram-se insatisfeitos por outras razões. Luísa Ramos, da comissão de utentes dos Transportes da Margem Sul do Tejo, recorda que as razões que estiveram na origem do congelamento dos preços das tarifas em 2008 se mantém, o que, no seu ponto de vista, torna este aumento ainda mais injusto.

Rui Ramos, da comissão de utentes da Linha de Sintra, diz, por seu lado, que o aumento nas tarifas, em conjunto com o agravamento de impostos e a diminuição das prestações sociais, provoca ainda mais dificuldades económicas e financeiras aos portugueses.

O descontentamento dos utentes faz-se também sentir a Norte, onde aumento intercalar de 1,2%, previsto para 1 de Julho, dominou parte das conversas dos utilizadores de autocarro e de comboio. Já jornalista Carolina Duarte ouviu o que as pessoas tinham a dizer na estação de S. Bento, no Porto.

José Manuel Viegas, professor no Instituto Superior Técnico e especialista na área dos transportes, afirma que o aumento de tarifas significa apenas um balão de oxigénio e que Portugal tem de seguir as orientações de Bruxelas e avançar para a contratualização dos transportes públicos.

Outra discussão que está por fazer no nosso país é, na opinião de José Manuel Viegas, a da eventual privatização do sector dos transportes.

No transporte de mercadorias, o sector admite, a breve prazo, uma actualização de preços. Abel Marques, secretário-geral da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), admite, porém, dificuldades na concretização do objectivo, devido à situação económica das famílias portuguesas.

Abel Marques afirma mesmo que nos últimos anos, por causa da diminuição do poder de compra dos portugueses, as tarifas dos transportes de mercadorias, até sofreram uma descida.

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