A nova empresa AdLight requereu mudança legislativa para que fossem possíveis “outdoors” móveis.
Os táxis nova-iorquinos, além de parte integrante da paisagem da "cidade que nunca dorme", estão agora um pouco mais próximos da realidade portuguesa, com a Adlight a apresentar-se ao mercado como a primeira empresa a lançar suportes luminosos com publicidade, nos táxis lisboetas.
O projecto nasceu há três anos quando João Pedro Lucena era ainda sócio-gerente da empresa de publicidade exterior ‘New Impact'. "Em 2006 vendi a minha participação e decidi fazer um doutoramento. Mas como o bichinho de empresário nunca morre, um dia, estava a ver um filme norte-americano, e o pormenor da publicidade nos táxis chamou-me à atenção e disse ‘Quero fazer isto cá". É por isso que, quatro anos depois, Lisboa tem, desde ontem, 200 táxis a circular com um suporte luminoso, no topo do tejadilho, e o objectivo é que até 2012 chegue aos 800 carros, em Lisboa e no Porto.
O aparecimento da nova empresa de publicidade exterior - e móvel - requereu, no entanto, uma mudança na legislação, uma vez que, na portaria anterior, não era possível a existência de comunicação comercial além da lateral dos carros. "A portaria anterior, do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, além de definir as características da lanterna no táxi, regulamentava também a publicidade presente no veículo.
Requeremos a alteração ao IMTT (Instituto de Mobilidade e Transportes Terrestres) há três anos e, em colaboração com a Antral (Associação Nacional dos Tranportadores em Automóveis Ligeiros), conseguimos a aprovação da proposta apresentada. Mas demorou quase três anos", afirmou o responsável ao Diário Económico.
Optimus é primeira anunciante
Com a lei alterada, a empresa avançou com um investimento inicial de 150 mil euros e facturação prevista de um milhão de euros para o primeiro ano de actividade. "Acreditamos que o novo suporte tem benefícios. Primeiro, porque o sinal está posicionado ao nível dos olhos, depois torna-se mais seguro porque é mais visível, por ser luminoso, e por ser mais visível é também mais apelativo", justifica João Pedro Lucena.
"Depois, quantitativamente, numa semana, estes anúncios deverão ter perto de cinco milhões de contactos, segundo as nossas estimativas, o que torna também este suporte muito interessante ", acrescenta.
A Optimus é a estreante deste novo modelo publicitário que, por semana, custa cerca de 2.700 euros (preços de tabela). A nível de retorno, para o também professor de marketing no IADE, é muito difícil avaliar, uma vez que "a publicidade ‘outdoor' não é auditável". A publicidade à operadora da Sonaecom vai manter-se, para já, durante cinco semanas.
"Até a campanha estar no ar, não falámos com mais nenhuma marca mas, a partir de agora, falaremos com as 15 agências de meios que representam 80% do mercado e com os anunciantes que têm presença regular nos diferentes meios. Acreditamos que este modelo poderá servir de complemento a campanhas de televisão ou de ‘mupis'", disse ainda João Pedro Lucena.
Autoridades ainda desconhecem nova legislação
Apesar da nova legislação ter sido publicada em Diário da República a 2 de Março de 2010, alguns taxistas que estrearam ontem os suportes publicitários, foram abordados pela Polícia, segundo um taxista, que afirmava que "eram proibidas" tais mensagens comerciais, se essa indicação não estivesse "averbada" aos documentos da viatura. O acontecimento acabou por provocar algum constrangimento e, por isso, a Adlight e a Antral vão participar ao IMTT a necessidade de informar os órgãos fiscalizadores desta alteração. A partir de agora, os taxistas aderentes irão também começar a transportar consigo uma cópia da Portaria 134/2010, caso as autoridades decidam "intervir". Segundo a informação disponível na Portaria "considerou-se que a afixação de mensagens de publicidade nos tejadilhos dos táxis não coloca em causa a segurança rodoviária, e, por outro, promove a melhoria das condições de exploração económica desta actividade".
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