Cento e noventa taxistas do Grande Porto juntaram-se ontem para a comemoração do 49º aniversário da cooperativa Raditáxis, numa iniciativa a que o CM como parceiro institucional se associou. Fortalecer os laços de união e cooperação entre os profissionais da área foi o principal objectivo do evento, que, de ano para ano, "atrai mais gente", segundo o presidente, Mário Ferreira.
Mesmo em espaço de convívio, há sempre lugar para reflexão sobre os problemas da profissão. O ponto comum de todas as queixas foi o da quebra muito forte no número de clientes, motivada pela crise.
"Temos conseguido fazer face à quebra do cliente individual, com um aumento de parcerias de pagamento a crédito com empresas, institutos do Estado e hospitais privados. Isto é demonstrativo de uma mudança de paradigma no negócio", disse Mário Ferreira.
A diversificação dos meios de transporte e o encarecimento do gasóleo são outros dos factores que contribuem para a quebra no negócio. A exigência do gasóleo profissional fez-se ouvir novamente.
Mário Ferreira referiu a necessidade de formação, nomeadamente a aprendizagem de línguas. "O inglês é muito importante para comunicar com os turistas", disse.
Já José Monteiro, vice-presidente da ANTRAL, mostra-se preocupado com alguns taxistas que "dão mau nome à classe e que fazem com que o público não tenha boa imagem, quando a maioria é séria e trabalhadora".
PORMENORES
QUEBRAS DE UM TERÇOO presidente da cooperativa Teletáxis, Ernesto Castanheira, disse que se tem verificado quebras de um terço do volume de chamadas. "Se antes recebíamos 1600 chamadas, hoje só são 1100."
SECTOR ENVELHECIDO
Carlos Lima, de 59 anos, alerta para o envelhecimento dos taxistas, que têm em média 55 anos, e para dificuldade de introdução de novas tecnologias.
POUCAS AGRESSÕES
Para Mário Ferreira, o número de casos de violência contra taxistas é neste momento residual no Grande Porto.
Fonte : CdM