O táxi como negócio - Taxista Empreendedor

domingo, 24 de abril de 2011

Um gesto bem pequeno para um dia bem grande - BOA PASCOA

Só quem por aqui passa sabe perfeitamente como e.
Esta profissão e fértil em acontecimentos e situações por vezes bem bizarras outras bem únicas permitindo que cada dia que passa seja único em experiência de vida
Talvez por isso amo a minha profissão e dedico tudo de mim para a credibilizar e torna-la mais humana - corresponder as solicitações e demais expectativas dos meus clientes e o meu lema.
O relógio já passava das três e meia da manha
Chegava ao novo Hospital de Cascais para terminar mais um serviço. Podia bem ser este o último serviço de mais um turno. Um café era o meu próximo objectivo tirado nas máquinas de vending que estão por ali
Ao entrar um jovem abeirou-se de mim questionando-me sobre o preço de uma corrida para Algueirão junto a estação. - Arredondei o valor!.. 17 Euros
- Obrigado, mas vamos ter de esperar pelo autocarro da manhã.
Já o meu estômago se consolava com aquele néctar bem quentinho reparei no jovem que junto de sua esposa no colo tentava acalmar seu rebento que num misto de pranto e choro chamava a atenção quebrando a aparente calmaria que por ali reinava.
A jovem mãe mantinha uma conversa com uma senhora de meia-idade que procurava em conjunto consular o petiz. Esta senhora ao inteirar-se da situação sacou da bolsa e entregou uma nota de 10 euros à progenitora que de pronto se desfez em lágrimas…… Pura gratidão e abraços de reconhecimento foram trocados!...
O jovem meio comprometido olhando em redor encontrou-me bem no canto junto das máquinas de café
- Bem sei que não chega mas o Sr. leva-nos ate onde chegar – disse
Pelo caminho escutei um mar de lamentações – A coisa estava difícil, todas as semanas e uma duas vezes a caminho do Hospital - seu patrão alem de não lhe pagar nos últimos tempos dispensou-o, a vida estava a ser madrasta e o pequeno requer muitos cuidados, não goza de boa saúde
O taxímetro andou depressa e ainda não marcava 10 euros mandaram-me parar
-Aqui esta bem, ali por aquele atalho são cerca de 20 minutos ate a nossa casa – confessaram
Para aquelas almas o serviço terminava ali
Porem já tinha decidido – O que seria para aquela gente uma longa e pesarosa jornada debaixo de um frio de rachar para mim eram pouco mais de cinco minutos.
Um gesto simples da minha parte mas os meus clientes transportaram-me para outra dimensão.
Colocaram-me lá em cima ao lado d`ELE . Perdi a conta de quantas vezes mostraram sua gratidão.Aconchegaram-me o ego encheram-me a alma de profunda satisfação.
São estes momentos que nos salvam das amarguras do dia a dia que por instantes nos fazem esquecer de como e rude e ingrata esta vida de TAXISTA .
Voltarei a dar cinco minutos de mim para desfrutar de tão grande prazer e satisfação –BEM HAJAM - Boa Pascoa
Fernando Pacheco

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