Os taxistas de Santarém andam em pé-de-guerra com a Câmara que acusam
de não respeitar as promessas feitas de dotar a praça de táxis de
condições condignas para estes profissionais e seus clientes.
A realização de trabalhos de prospeção arqueológica na Cerca da
Mecheira na semana passada foi a gota de água que motivou o protesto dos
taxistas.
“Tivemos uma praça de táxis a funcionar mais de 40 anos, no Jardim Sá
da Bandeira, até que este jardim deu lugar à construção do Jardim da
liberdade; e nessa altura tiveram mais consideração pelas árvores – que
foram transplantadas com todo o cuidado – do que connosco”, afirma
Manuel Mendes, o presidente da Scaltáxis. O dirigente sublinha que “na
altura prometeram-nos que esta situação era provisória – 4 lugares na
Avenida do Brasil frente ao centro comercial chinês, mais 13 lugares na
Cerca da Mecheira – e prometeram-nos que iriam arranjar um espaço ao
lado da Direção de Finanças, mas acabaram por nos atirar para este
buraco sem condições de acesso e de visibilidade onde nos encontramos
há três anos”, afirma o dirigente dos taxistas.
“Eu avisei que não podíamos confiar na palavra do vereador, agora
aguentem-se”, reclama um taxista que arranca visivelmente irritado com a
conversa. “É verdade, com estes políticos não vale a pena perder
tempo”, atira outro.
“Estamos aqui neste espaço sem visibilidade, por causa do out-door, e
sem iluminação, e agora tudo piora com estas escavações arqueológicas”,
lamenta o taxista Ricardo.
“Só em Santarém é que tratam os taxistas desta maneira; atiram-nos
para um sítio esconso, sem instalações sanitárias, sem condições de
segurança e de acesso, sem sequer um sinal que indique a existência da
praça de táxis”, reclama outro taxista.
O vereador Ricardo Gonçalves rejeita as críticas dos taxistas,
recordando que a sua localização resultou de um acordo com o seu
representante, o sr. Florêncio, da Antral, e depois de uma deliberação
da Câmara”. Ricardo lembra que nas negociações ofereceu aos taxistas a
possibilidade de “escolherem entre a rua ao lado do W Shopping, o Largo
da Piedade, ou a Avenida 25 de abril, e foram eles que decidiram ficar
na Avenida do Brasil, onde não cabem todos, pelo que tiveram de ficar
também na Cerca da Mecheira”.
O vereador refere que as sondagens arqueológicas fazem parte dos
trabalhos preparatórios para a abertura de uma nova rua que ligará a
rotunda do Tribunal à Calçada do Monte. “Estamos ainda na fase de
estudos e projetos para a construção desta rua, e temos já garantida a
contratualização de fundos comunitários para financiamento da obra”,
adianta o vereador. Ricardo Gonçalves afirma que “as obras da nova rua
irão obrigar a Câmara a discutir com os taxistas uma nova localização
para a praça de táxis”.