Felizmente
E digo felizmente pelo facto do assunto que me propus escrever não ser motivado por uma noticia daquelas bem desagradáveis onde as vitimas são colegas de profissão
Li algures em tempos que um colega nosso quando questionado sobre a sua profissão terá respondido de pronto:
«Sentado sobre a morte a tentar sua sorte» Dito assim tão directo parece mais uma daquelas frases feitas sem grande alcance.
Mas que outra poderia arranjar para definir esta profissão tão ingrata!..
Engloba o seu conteúdo as duas vertentes que mais nos preocupam e afectam a nossa actividade
a precariedade e a segurança
A sorte aqui referida encerra naturalmente a incerteza do dia a dia, o saber que se começa mas nunca como se acaba, aliada a profunda crise que o sector atravessa, sendo cada vez mais uma questão de "sorte"o indivíduo conseguir sobreviver nesta profissão de rendimento cada vez mais deminuto levando quase ao desespero de quem tem de tirar daqui a sua subsistencia.
A crise esta instalada, e so com um rasgo de sorte,que vindo não se sabe bem de onde safa um dia ou uma folha menos conseguida.
Mas sobre isto pouco ou nada estara ao nosso alcance para dar a volta a este problema, que global, atinge-nos a todos sem apelo nem agrado.
Na outra vertente temos aqui personificada a falta de segurança com que nos deparamos.
Quem de uma forma ou de outra não se debateu já com esta situação ??
A espaços esta realidade surge, e debatida, vem a lume quando algum camarada sofre na pele tal situação pagando com a vida o infortunio de estar no local errado na hora errada.
E corrente estas situações mas felizmente não acabam todas da mesma forma.
Pelos episódios já vividos fica a sabedoria adquirida levando ao contorno de situações mais delicadas muitas vezes em prejuízo do valor de uma corrida
Quero lembrar o nosso colega que faleceu em Carcavelos de forma tão vil e atroz por razoes e motivos que ninguém sabe ainda explicar.
SUA ALMA DESCANSE EM PAZ
Lembro também que saímos a rua , fomos ate Lisboa, como se com isso pudéssemos inverter este triste acontecimento.
Os políticos sairam dos gabinetes, os lideres das associacoes que representam a classe estavam la
também, poucos foram aqueles que faltaram.
Foram feitas promessas, como sempre nestas alturas sob o brilho dos holofotes, debatidas ideias. Grandes intencoes de mudança para o sector acalmaram as hostes com o garante de tudo fazerem para um futuro melhor e mais promissor para a nossa classe em termos de segurança.
Passadas semanas, meses, ate anos nada mudou, esta tudo na mesma, ou ariscaria dizer muito pior basta ver a conjuntura que o pais atravessa em termos de segurança com o acréscimo de crimes violentos que assistimos todos os dias
Quanto tempo vamos esperar ate outro colega ser assassinado ??
Não sei nem ninguém sabe dizer!..... Resta-nos a esperança porque essa sim deveria ser a ultima a morrer.
Comove-me ao escrever estas palavras porque tenho a plena consciência que não acontece so aos outros!...
Quantas vezes mais teremos de avançar ate ao Terreiro Do Paço ??
O futuro que estes senhores falaram estamos a vive-lo hoje e não encontro melhorias significativas. O quadro que na altura me apresentaram continua pintado de negro e não vislumbro qualquer esperança para que se altere no dia de amanha.
Um Abraço e Força na PTT
Fernando Pacheco
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