Motorista era toxicodependente. Assassinou amante à facada para a roubar
Quando esteve na vivenda que Graça Parracho Ferreira
partilhava com os pais, em Porto Salvo, Oeiras, o taxista não deixou de
reparar no ouro e em outros bens de valor que a esteticista, 51 anos,
exibia no primeiro andar. No último dia 12, faz mais uma vez sexo com a
amante no local, até que a asfixiou e assassinou com cinco facadas nas
costas. Depois lançou fogo ao corpo, na cama – e roubou o que pôde.
Motorista
de táxi em Lisboa, de 44 anos, o toxicodependente fez de tudo para
ocultar provas do crime – além de incendiar o cadáver, já de madrugada,
desfez-se dos telemóveis, o seu e o da vítima, além da faca com que
matou. Pôs tudo no lixo. Alugou um quarto na Praça da Alegria, vendeu os
bens roubados, comprou droga, mas foi entretanto identificado, como
principal suspeito, pela secção de homicídios da Judiciária.
Ainda
andou fugido, mas o cerco foi apertando e no último fim-de-semana não
resistiu mais – anteontem já foi presente ao juiz de instrução, em
Oeiras, tendo recolhido em prisão preventiva. Deixou pontas soltas ao
querer executar o homicídio perfeito.
INVESTIGAÇÃO AO INCÊNDIO DEU CERTEZAS SOBRE O CRIME
Dois
agentes da PSP em patrulha passavam pela vivenda, na rua Tapada das
Murteiras, quando viram uma nuvem de fumo a sair pela porta do primeiro
andar, cerca das 02h00 do dia 12. Chamaram os bombeiros e foram
encontrar Graça Ferreira deitada na cama, morta e com o corpo já
carbonizado pelas chamas que saíam do colchão. O cigarro ali deixado
podia indiciar um cenário de acidente, mas os investigadores de
incêndios da PJ, logo às primeiras perícias, chamaram os colegas dos
homicídios: o facto de a porta estar aberta e a forma como o colchão
ardeu, indiciando o uso de um líquido acelerante, não deixaram dúvidas
de que se tratava de homicídio.
INEM ASSISTIU MÃE EM CHOQUE COM A NOTÍCIA
Os
pais de Graça Ferreira, idosos que vivem no rés-do-chão da moradia em
Porto Salvo, não acordaram com o fogo ao início da madrugada – a PSP
bateu-lhes à porta a dar conta do sucedido, e a mãe da vítima, em choque
com a situação, teve de ser logo assistida pelo INEM. A família pensou
inicialmente ter-se tratado de um acidente, uma vez que a esteticista de
51 anos não tinha conflitos conhecidos, mas a Polícia Judiciária
rapidamente concluiu ter-se tratado de um homicídio: além dos vestígios
deixados no incêndio e dos cinco golpes de faca desferidos na vítima –
nas costas e na mão direita –, visíveis na autópsia, vários bens de
Graça tinham desaparecido, nomeadamente o seu telemóvel, entretanto
desligado.
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