Não posso dar essa informação!...

Passavam poucos minutos das 23.30h do passado domingo dia 17

Posso estar seguro disso tinha acabado de chegar o comboio da meia hora.

Clientes nem sombra e a minha espera estava a ser longa.

Quem espera desespera!..  Dizem....

          Na retaguarda a praça de Carcavelos estava cheia. Mais parecia uma fila para encher deposito em véspera de aumento.

         Alguns metros atras o grupo estava formado pelos restantes colegas. Podia ouvi-los a falar -conversas banais,risos piadas e assuntos de circunstancia. Tudo serve para matar o tempo nestas alturas.

Surgindo do nada  duas senhoras caminhando na minha direcção com olhar bem fixo (não entendi de imediato se no táxi se na minha pessoa) com o passo de quem quer apanhar comboio e esta atrasado.

        De pronto estavam junto da minha viatura e de tal forma que pareciam querer espreitar para dentro desta.

       -O senhor desculpe e que .....

       -Espera deixa-me falar eu.-disse a mais nova-

Logo percebi que aquelas coitadas poderiam querer de tudo menos de um táxi.

Mas calma a noite não e como se começa mas sim como se acaba.

Estavam visivelmente alteradas e nervosas.

Dava para perceber naquelas faces uma angustia muito grande. Tremiam não sei se de dor se de medo.

Sei- isso sim- que estavam desesperadas e as lágrimas escorriam-lhe pelas faces

Queriam ajuda.-Só isso-

Queriam saber nos registos de chamadas da central qual foi a viatura (táxi) que pelas 18.30h tinha transportado sua filha/neta já que  a partir desse momento perderam-lhe o rasto ficando sem saber o possível paradeiro da jovem.

-Eu própria chamei o táxi para a ir buscar mas ate agora não sabemos mais nada dela

Tentei acalmar aquelas almas mas a juventude da pequena não deixava que a sua avo se acalma-se

           -Sr taxista ajude-nos não sabemos que fazer .A minha neta só tem 16 anos e não e de fazer destas coisas, algo se esta a passar.Ela ate não gosta de andar de noite!....

            Seguindo todos os preceitos (sim porque isto por aqui tem muitos preceitos)chamei a operadora e expôs a situação na expectativa de de encontrar ,uma ponta , um sinal, enfim qualquer indicio ou elemento que pode-se ajudar, uma pista para encontrar a jovem adolescente.Qualquer coisa  bastava para acalmar aquela gente

           Não estava a pedir que informassem a farmácia de serviço que já sabemos não e possível (esta  e das melhores que temos por ca -só para rir-).

          Queria no mínimo ter a mesma sorte e atenção que um colega teve na semana passada quando perguntou (a operadora) se determinado bar de alterne estava aberto

          Perdi a conta as vezes que a operadora perguntou via radio ate ver satisfeito o seu pedido.

          Não queria saber se determinado cliente ao ser transportado foi para o trabalho ,para os copos ou para outro lugar menos licito que o pode-se comprometer.

          Não queria saber se aquela senhora ao apanhar o táxi foi para casa, as compras ou por ventura fazer uma assistência ao domicilio.

         Queria-mos saber tão só e unicamente o paradeiro de uma jovem adolescente que esta sem dar conta de si a mais de 5 horas e foi vista pela ultima vez a entrar num táxi afecto a RADIO TAXIS COSTA DO SOL

      -NAO POSSO DAR ESSA INFORMAÇAO -disse a operadora de pronto-

Que  profissionalismo ate da pena  ao ver tanto zelo e competência

Pode descansar que a culpa não e só sua e também de quem lhe paga o ordenado

Julgo que no futuro a condição de «mãe» podia ser um dos requisitos na admissão das novas operadoras

       Poderia-mos não beneficiar  muita coisa mas em matéria de analise, sensibilidade a situações análogas somava-mos uns pontitos dava jeito - esta a ver.

Um abraço
Fernando Pacheco