Uma mulher britânica e um homem irlandês, acusados de realizarem actos sexuais num táxi do Dubai, foram condenados esta quinta-feira a três meses de prisão e depois a deportação, informou o advogado do casal.
O caso é o mais recente no qual ocidentais são vítimas das leis de «moral» dos Emirados Árabes, evidenciando as diferenças culturais, à medida que os Emirados procuram um equilíbrio entre manter a sua identidade muçulmana e servir a uma vibrante indústria turística.Rebecca Blake e Conor McRedmond negaram as acusações de «violação da honra com consentimento» e de cometer «acto indecente num táxi», quando compareceram perante o tribunal no mês passado. Eles declararam-se culpados numa terceira acusação, por consumo de álcool em público.
«O tribunal sentenciou-os a prisão por três meses e deportação e também a uma multa de 3.000 dirhams (817 dólares) cada um», afirmou o advogado Shaker al-Shammary.
Ele disse que o casal iria recorrer da decisão.
Diversos casos em que ocidentais foram acusados de violar as leis de decência ocorreram nos últimos anos em Dubai, o mais cosmopolita dos sete membros da federação dos Emirados Árabes Unidos.
Em 2008, um casal britânico foi considerado culpado por ter relações sexuais bêbado, sem ser casado e em público, numa praia de Dubai. Eles foram condenados a três meses de prisão e depois a deportação, mas tiveram os seus prazos na prisão diminuídos depois de recorrerem.
Em 2010, outro casal britânico foi condenado a um mês na prisão e multado por se beijar na boca num restaurante em Dubai.
O abismo cultural no Estado do Golfo Árabe entre a população muçulmana nativa e a comunidade expatriada é notável na vida quotidiana.
Enquanto as mulheres nativas cobrem-se da cabeça aos pés com um lenço e o tradicional vestido preto, alguns expatriados ocidentais andam com calções e mini-saiais, e as praias públicas estão cheias de turistas de biquíni.