O projecto Drive-IN vai custar um milhão de euros. Este ano começa a ser testado em 500 táxis na cidade do Porto

Eduardo Carqueja, administrador da empresa portuguesa, explica ao i que tudo está a ser desenvolvido com base no protocolo 802.11 p - isto é, uma nova geração de Wi-Fi, que conhecemos pelo acesso à internet sem fios. Este novo protocolo ainda está em fase de laboratório, mas quando estiver a funcionar permitirá aos carros enviar e receber informações até à distância de um quilómetro. O projecto, denominado "Drive-IN", vai custar perto de um milhão de euros e está a ser desenvolvido em parceria entre o programa Carnegie Mellon Portugal e a NDrive.
"Há coisas evolutivas, mas esta é revolucionária", afirma Eduardo Carqueja, cujo objectivo é lançar os primeiros navegadores NDrive com esta tecnologia no início de 2011. Segundo o engenheiro, bastará ter 500 a mil carros equipados numa cidade inteira para que o sistema funcione na perfeição. E a gestão do trânsito será apenas a primeira de muitas aplicações do Drive-IN: a ideia é tornar os carros realmente inteligentes, capazes de prever acidentes e permitir jogos multijogador.
Investigação O interesse da NDrive é sobretudo na tecnologia que pode incorporar nos seus navegadores GPS. Mas o Drive-IN é bem mais que isso. Michel Ferreira, o investigador que coordena o projecto, explica que a principal motivação do Drive-IN, que vem na sequência dos projectos internacionais de comunicação carro-a-carro, é a necessidade de aumentar a segurança nas estradas. "Quando é feita uma travagem de emergência, o carro imediatamente atrás apercebe-se e consegue travar. Mas o que está por trás deste já não", diz o investigador. Quando o Drive-IN estiver em pleno funcionamento, os carros saberão que vão chocar e vão trocar informações - quantas pessoas viajam dentro do carro, qual o seu peso e quantos airbags tem. Um segundo antes do embate, poderão accionar os airbags.
Outra aplicação que está a ser pensada é entretenimento para os passageiros. Se têm ligação permanente com Wi-Fi, os passageiros podem jogar com pessoas dentro de outros carros sem estarem ligados à internet.
O desafio é que esta tecnologia sem fios só funciona se houver uma massa crítica de utilizadores. Para já, o Drive-IN está a ser testado em meia dúzia de carros de alunos. Ainda este ano deverá ser instalado em cerca de 500 táxis na cidade do Porto, para ver se a qualidade das comunicações se mantém em larga escala. Só depois serão desenvolvidas aplicações mais complexas, até ao final do projecto, em Maio de 2012. Será ainda fundamental que o preço das "antenas" baixe (custam cerca de 2 mil euros cada), para que seja possível, dentro de poucos anos, que todos os carros venham do stand capazes de "falar" com os companheiros.
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