O táxi como negócio - Taxista Empreendedor

quarta-feira, 7 de março de 2012

Duas dezenas de taxistas assassinados desde o "25 de Abril"

Duas dezenas de taxistas terão sido assassinados em Portugal desde o "25 de Abril", assinalou hoje a principal associação do setor, que recordou um progressivo decréscimo destes crimes, ainda que os assaltos não violentos tenham aumentado.

"Desde o 25 de Abril, há cerca de 20 assassinatos. Mas, nos últimos anos, esse número até tem diminuído. O que acontece é que o pequeno roubo tem aumentado", disse o presidente da Associação Nacional dos Transportadores em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), que falava à Lusa em vésperas do julgamento, em Gondomar, dos homicidas de mais um profissional do setor.
Florêncio de Almeida explicou que a formação dos taxistas para aspetos de segurança, que os leva cada vez mais a não reagir a assaltos, "tem contribuído para a diminuição de problemas graves".
José Monteiro, vice-presidente da mesma associação, acrescentou outros fatores que "estão a contribuir para dissuadir os candidatos" a protagonizarem assaltos armados a taxistas, como a perceção, por parte dos larápios, de que os valores em causa não compensam o risco.
"Os valores para os assaltantes são irrisórios, não causam apetência. Hoje, estão virados para coisas `topo de gama` como as lojas de ouro", ironizou.
A instalação de sistemas de segurança nos táxis é outro elemento que está a dissuadir os assaltos violentos aos motoristas, segundo o vice-presidente da ANTRAL.
O sistema `Táxi Seguro`, que permite ao motorista avisar a polícia para alguma anomalia, é o mais conhecido, mas a ANTRAL iniciou há cerca de um mês a comercialização de um novo, que alia valências de segurança à gestão de frotas.
Designa-se Central Nacional de Táxi Digital e é "um GPS mais sofisticado", explicou o presidente da associação de taxistas, adiantando que é usado, até ao momento, por sete centenas de profissionais de um setor que emprega 12.800 pessoas.
Florêncio de Almeida admitiu que é um número ainda diminuto, o que justifica por se tratar de um sistema novo.
Segundo o dirigente associativo, o `Táxi Digital` está preparado para que a central entre em contacto com o motorista, ou vice-versa, a cada minuto que passa ou a cada 150 metros percorridos.
O dirigente associativo revelou ainda que a empresa envolvida no projeto tem vindo a reunir com responsáveis policiais para que o alarme do `Táxi Digital` dispare nos comandos policiais, "depois de filtrado pela central".
Segundo o dirigente da ANTRAL, o objetivo "é evitar o que acontece atualmente com o sistema `Táxi Seguro`, com 85 por cento dos alarmes acidentais".
Outra medida de segurança associada aos taxistas é a colocação de vidros separadores nos veículos, mas o projeto tem registado uma adesão pouco ou nada expressiva, assegurou o presidente da Associação de Defesa e Segurança dos Motoristas de Táxi, Augusto Santos.
Para o dirigente, o fracasso deve-se a "desleixo de governos sucessivos, que não têm a coragem de implementar a obrigatoriedade do equipamento".
"Deviam dar nem que fosse um prazo de cinco anos para obrigar os taxistas a colocar o vidro separador. O próprio Governo deveria comparticipar a instalação", acrescentou o responsável.
Na sua perspetiva, o vidro separador, aliado ao bloqueamento das portas, poderia ajudar os taxistas a resolver também o problema "crescente" dos clientes que fogem sem pagar a corrida.
A proposta é, contudo, rejeitada pela ANTRAL.
O vice-presidente desta estrutura sublinhou que o habitáculo dos táxis portugueses, ao contrário dos ingleses, "é muito pequeno" e acrescentou que a segurança dos passageiros poderia, em certas circunstâncias, ser colocada em risco.

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