Os veículos mais poluentes vão ser proibidos de circular na Baixa de Lisboa já a partir do Verão. O vereador da Mobilidade da Câmara de Lisboa e especialista em transportes, Fernando Nunes da Silva, diz que as únicas excepções à regra são os carros dos residentes e os veículos de emergência. O objectivo é que a zona da Avenida da Liberdade, a mais castigada pela poluição na capital, passe a cumprir as normas europeias de poluição atmosférica.
Na prática, esta medida vai afectar as viaturas que não tenham motores pelo menos categoria Euro I no que respeita à emissão de partículas, ou seja, carros sem catalisador (a peça que faz o tratamento das emissões poluentes), fabricados há cerca de duas décadas. «Serão sobretudo táxis e carrinhas de distribuição muito velhinhas a serem afectadas», esclareceu ao Público o presidente do Automóvel Clube de Portugal, Carlos Barbosa, que apoia a medida.
A Carris também terá que selecccionar os autocarros que farão os percursos que passam pela Baixa, uma vez que as mais antigas não irão poder circular nesta zona. No entanto, Nunes da Silva recorda que a frota tem da empresa tem muitas viaturas que cumprem as novas exigências.
Segundo o vereador Nunes da Silva, metade da poluição que existe no eixo Avenida da Liberdade-Baixa é produzida por este tipo de veículos. Daí a necessidade de criação de uma zona de baixa emissão de poluentes, à semelhança do que já existe noutras cidades europeias. «Eu e o presidente da câmara tropeçámos numa notícia que dizia que todas as cidades alemãs iam introduzir este conceito», contou o vereador.
A verdade é que, ressalva Nunes da Silva, o problema das emissões de partículas poluentes em excesso nem sequer se punha, se a inspecção de veículos funcionasse em condições.
Numa primeira fase, o controlo das entradas na Baixa deverá ser feito através de operações stop, mas o executivo camarário admite criar um sistema de “selos verdes” para os carros.
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