“Ninguém sabe dizer quem são os polícias nem onde está a carta de condução”
Um profissional de táxi está a trabalhar desde segunda-feira sem carta de condução, e sem outro documento alternativo, depois de uma intervenção policial, na via rápida, através de dois agentes da PSP que se faziam circular num “jeep”, cor azul, tipo antigo, e que lhe ficaram com aquele documento, sem passar uma via de substituição para poder circular. O “taxista” que transportava clientes (estrangeiros) em direcção a um hotel do Caniço de Baixo, foi interpelado quando pretendia substituir um pneu na via rápida, após o nó do Garajau.
Os agentes, segundo a versão do dono do táxi, convidaram os turistas para dentro da viatura policial e obrigaram o seu empregado a circular com o pneu com um furo até a saída mais próxima da via rápida, para o Caniço de Baixo, enquanto o “jeep” da Polícia, nesse trajecto, seguia imediatamente atrás com os pirilampos ligados. Acrescenta que foi na saída para o Caniço de Baixo que um dos agentes ficou-lhe com a carta de condução e os clientes seguiram “à boleia” da Polícia para o hotel.
Na versão do proprietário do táxi, o agente ficou com a carta de condução do seu empregado, combinando para este se apresentar no dia seguinte na Esquadra de Santa Cruz, antes das nove horas, para resolver o assunto, ou seja “para ver qual a multa que lhe iria ser aplicada”. O mais caricato, segundo o proprietário do táxi, nestes dias, tem andado de Esquadra para Esquadra, em Santa Cruz e no Funchal e, segundo o mesmo, “ninguém consegue saber quem foram os polícias que fizeram aquele serviço nem onde se encontra a carta de condução do seu empregado”. Está convencido que os chefes da PSP com quem tem contactado, quer em Santa Cruz, quer no Funchal, tudo têm feito para poderem deslindar a situação, mas a verdade é que, até ao momento, está tudo na mesma e o seu empregado a trabalhar sem a respectiva carta “porque não aparece em parte alguma”. Isto, sabendo que os chefes da PSP já contactaram as esquadras que têm "jipes" daquele tipo e ninguém tinha conseguido, até ao momento, saber quem foram os agentes que fizeram aquele serviço e que ficaram com aquela carta de condução. Apenas, reforça, sabia o nome de um dos agentes que o seu empregado disse ter visto no "cracha" do elemento policial em causa, mas, frisa, as Esquadras visadas desconhecem agentes seus com aquele nome.
Compreende que o seu empregado teve uma atitude errada ao encostar o veículo na berma para tentar mudar o pneu naquele local quando deveria, como mandam as regras, chamar pelos serviços da Vialitoral para o carro ser rebocado e fazer a substituição fora da via rápida. Com efeito, adianta, “até está disposto a pagar esse erro, mas, por seu lado, alguém tem de assumir os prejuízos causados no táxi quando, na sua versão, foi obrigado a circular mais de dois quilómetros com o pneu vazio, prejuízos que ultrapassam os mil euros”. Ainda mais, sustenta, quando nem recebeu “a corrida” que vinha a prestar aos clientes que transportava e que seguiram “à boleia” no carro policial. “Uma coisa garanto: isto não fica assim, eu posso pagar a multa de infracção por tentar mudar o pneu na via rápida, mas alguém vai assumir a despesa do carro quando o meu empregado foi obrigado a circular com o pneu vazio durante dois quilómetros na via rápida”, frisou o nosso interlocutor.
A propósito deste assunto, uma vez que se trata de uma versão unilateral, em contacto com a Polícia de Segurança Pública, através do comissário Adelino Pimenta, responsável pelas questões de trânsito, fomos informados que o Comando desconhece a situação e que vai proceder a averiguações de forma a concluir as circunstâncias da ocorrência”.
Fonte : JM
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