Trânsito caótico

Os preparativos do megapiquenique no parque Eduardo VII provocaram ontem o caos em Lisboa. Com a avenida da Liberdade cortada, o trânsito circulava apenas pelas vias laterais perante a indignação e o desespero de muitos automobilistas que, em longas filas, aguardavam o descongestionamento do tráfego. Naquela que é a principal artéria da capital acumulavam-se vários canteiros com flores e plantas.

"O País está em crise e nós queremos trabalhar e não conseguimos porque as pessoas evitam andar de táxi devido ao trânsito ou então saem a meio do caminho" explicou ao CM Tiago Sousa, taxista de profissão. Também Luís Pinto, de 31 anos, teve ontem uma manhã complicada. "O trânsito está impossível, demorei mais de uma hora a descer a avenida da Liberdade e soube que a fila para o túnel do Marquês de Pombal chegava a Monsanto", disse indignado.

E nem a nobreza da iniciativa – a promoção e defesa dos produtos nacionais, acalmou os ânimos. "Estes eventos deviam ser feitos longe do centro da cidade e temos muitos sítios disponíveis, como os estádios de futebol" continuou Luís Pinto.

"O objectivo é transformar a avenida numa zona agrícola, à semelhança do que aconteceu nos Campos Elísios em França e só a avenida da Liberdade tem condições para responder a este objectivo" explica fonte camarária quando confrontada pela razão da escolha do local deste evento. Por fim, a autarquia apela aos visitantes para deixarem os carros em casa e usarem os transportes públicos. Os problemas vão complicar-se hoje e amanhã, dia em que se realiza a iniciativa pois toda a circulação automóvel vai estar interrompida na avenida da Liberdade e Restauradores a partir das 14h00.