Táxis cor-de-rosa avançam no mundo

A Cidade do México já tem vagões de metrô especiais para mulheres e crianças e a partir de setembro terá também ‘táxis cor-de-rosa’ para protegê-las de agressões, roubos e intimidações que muitas vezes acontecem nos táxis comuns. A questão é saber se não estarão ainda mais vulneráveis em carros tão chamativos.
A cidade mexicana de Puebla já experimenta os táxis cor-de-rosa desde o ano passado. 35 Chevrolets desta cor circulam por lá com mulheres no volante, um botão de alarme e um estojo de maquiagem ao alcance da mão. Na capital, manifestantes pedem a introdução do táxi rosa desde 2007. No ano passado, foram prestadas 1300 queixas de intimidação sexual em táxis na Cidade do México.

Os táxis especiais para mulheres apareceram inicialmente em cidades como Moscou, Londres, Dubai, Mumbai, Teerã, Barcelona e Cairo. Eles são sempre facilmente reconhecíveis pela cor rosa.
Na Holanda, os táxis para mulheres existem desde 2007. O serviço visa oferecer a sensação de segurança, principalmente durante a noite. Os primeiros táxis rosa foram introduzidos na cidade de Tilburg. Desde então, também circulam em Haia, Enschede, Amsterdã e em breve também Utrecht terá um serviço de táxi mais ou menos exclusivo para mulheres.
Houve críticas quando a ideia foi lançada: o serviço seria discriminatório para ambos os sexos. Mesmo assim, os táxis rosa estão aumentando em todo o mundo. Uma vez introduzidos em um país, o serviço se expande rapidamente.

Segundo Beatriz Rojas Martínez, presidente da Comissão para a Igualdade de Gêneros, os táxis estão sendo criados agora porque o governo quer tomar mais medidas preventivas contra a violência. Alguns vagões do metrô também são reservados a mulheres e crianças durante os horários de pico. Policiais vigiam as plataformas para que homens não embarquem. Ocorrências
Víctor Ramírez Resendiz, diretor de uma organização de serviços de táxi na capital mexicana, disse em entrevista à Radio Nederland: “Na Cidade do México há cerca de 1,5 milhão de corridas de táxi por dia, e acontecem entre 30 e 35 ocorrências contra motoristas e passageiros. 35 em 1,5 milhão não é uma cifra alta. Mas continuamos atentos.”
Por isso as medidas para proteger passageiros de táxi. “A insegurança é grande na Cidade do México, não se pode negar”, diz Ramírez. “Em três bairros onde há muitos táxis existem até bandos especializados no assalto a táxis.”

Alvo ideal
A motorista de táxi Carmen Pérez é crítica em relação à iniciativa. Ela trabalha há 20 anos no ramo e não acredita que um carro de cor chamativa seja mais seguro para mulheres. Pelo contrário: “Um táxi cor-de-rosa vai chamar mais atenção de assaltantes e outros criminosos. Eles sabem que o motorista é uma mulher e que tem um passageiro do sexo feminino. Seremos o alvo ideal.”
Carmen Pérez se sente mais segura em um táxi comum: “Há tantos que nós, mulheres motoristas, não chamamos atenção. É claro que sempre há chance de um assalto, mas o passageiro só vê que há uma mulher atrás do volante quando entra no carro. Com o táxi rosa você dá uma vantagem aos criminosos.”