As mulheres ainda são minoria nos táxis, mas já deixaram de ser raridade.
De 2007 a 2011, elas passaram de 2.060 para 5.365 -aumento de 260%-, segundo o DTP (Departamento de Transportes Públicos) da Prefeitura de São Paulo. No total, diz o órgão, existem ativos na cidade 71.349 Condutax (cadastro para dirigir táxi).
A flexibilidade de horário é o principal atrativo. Para Cândida Lima, a Dida Lima, o volante foi uma opção quando o trabalho como estilista em empresas como Santista e Puma não absorviam mais sua experiência.
"Estou superfeliz, porque adoro dirigir. É uma terapia."
A possibilidade de fazer o próprio horário também atraiu a professora Lucia Luiza da Silva há 20 anos. "Sou formada em administração de empresas e letras. Na época, fiz uma pesquisa para ver o que poderia exercer junto com a tarefa de professora."
Ela mora em Embu (Grande São Paulo) e, por isso, sai de casa às 5h todos os dias. Às 19h entra na sala de aula, onde fica até as 23h. É uma rotina puxada, mas Lucia não reclama.
"Uso os horários vagos para leitura e organização do trabalho de professora. Consegui até fazer pós-graduação."
Cilene Freitas ingressou na praça há 12 anos e, mesmo tendo concluído o curso de educação física, não deixou o táxi. "Gosto de ser taxista, tenho liberdade. Não é uma rotina e tenho contato com clientes diferentes. O taxista é uma espécie de psicólogo, um ouvinte.
A ausência de rotina também foi o ponto de partida para Perselina Macedo, conhecida como Célia. Há oito anos na profissão, ela conta que nem pensou em outra atividade quando resolveu deixar de ser somente dona de casa.
"Comecei no táxi para ajudar meu marido nas contas. Como ele já era taxista, consegui um ponto assim que tirei o Condutax", revela.
"A mulher é mais cuidadosa em tudo o que faz. Em 1958 apareceu a primeira mulher motorista de táxi na cidade, a Maria do Rosário. Ela causava sensação", elogia Natalício Bezerra Silva, presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo.
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