O táxi como negócio - Taxista Empreendedor

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O PECLIZE

Quando á mais de uma década ingressei nesta mal paga, mal vista e ingrata profissão, ter um porta-moedas era quanto bastava para considerarmo-nos motoristas de táxi. Qualquer um podia ser motorista de táxi, bastando para tal possuir carta de condução. Policias, GNR’s, Carteiros, Reformados entre muitos outros por cá se entretinham a conduzir um táxi e a ganhar mais algum para juntar aos seus ordenados. Poucas regras haviam, e as que existiam raramente eram cumpridas. Com o passar dos tempos, a profissão evoluiu. A necessidade de possuir carteira profissional permitiu eliminar alguns (não todos) parasitas que por cá andavam.

Em matéria de disciplina, as direcções, umas melhor que outras deram o seu contributo para a melhoria que se verificou. A qualidade do serviço prestado é efectivamente melhor.

A actual direcção da RADIO TAXIS COSTA DO SOL tenta como todas as anteriores fazer o seu melhor, é de louvar. No entanto, o seu preciosismo e tiques ditatoriais acabam por manchar o trabalho efectuado. Quando se pune alguém disciplinarmente além de rigoroso com as regras em vigor há que ter bom senso, ser isento e imparcial, mas também tolerante. Tal não se verifica. Cada caso é um caso e os castigos aplicados, em situações idênticas diferem consoante o motorista. Há quem seja punido por se encontrar 100 metros mais distante do local de uma chamada do que o motorista queixoso, há quem não seja. Há quem seja punido por ter a patilha oprimida, há quem não seja (o senhor presidente não é). Há quem seja punido por dizer uma “boca”, há quem não seja por dizer uns palavrões. Enfim um sem número de situações que todos nós conhecemos. Depende do número da viatura, e do motorista.

No meu caso os 100 metros foi o bastante. A nossa direcção sempre vanguardista, resolveu inovar, e as distancias foram talvez medidas com uma qualquer fita métrica. Futuramente, e ai é que vai ser o bonito, o PECLISE vai ser o novo instrumento de medição visto que pela diferença da ponta dum CAR…..HO, vai haver castigos.

Por vontade de uns, alguns de nós deveríamos estar a conduzir camelos em Marrocos, ou na margem sul do Tejo, que tal como disse o nosso famoso Ex ministro Mário Lino é um deserto. O concelho de Cascais não é um deserto, mas durante os quinze dias em que me encontrei castigado (“e fiz a minha travessia no deserto”) fui-me cruzando não raramente com alguns camelos, e cuidado que eles continuam por ai, artilhados).


Tenho dito.



P.s. Há que ter cuidado á sua passagem (os camelos), pois o cheiro nauseabundo que exalam é só comparável com o cheiro dos urinóis duma qualquer estação de metro de Lisboa.


João Paulo Silva

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